Dor nas costas no trabalho: principais causas e soluções

 Dor nas costas no trabalho: principais causas e soluções

A cena é cada vez mais comum: um desconforto nas costas que começa leve, se arrasta por semanas, vira dor constante, até que um dia a pessoa não consegue mais levantar da cama ou trabalhar. De acordo com o Ministério da Saúde, a dor lombar é hoje a principal causa de afastamento do trabalho no Brasil, superando outras condições como doenças respiratórias e transtornos mentais.

E o problema não é exclusivo dos brasileiros. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a dor nas costas é a condição de saúde mais incapacitante do planeta, afetando cerca de 619 milhões de pessoas no mundo. A previsão é que esse número ultrapasse 843 milhões até 2050, impulsionado pelo envelhecimento da população e pelos hábitos de vida cada vez mais sedentários.

Mas afinal, por que dói tanto? E quando é preciso pensar em cirurgia?

Quem responde é o neurocirurgião Dr. Denildo Veríssimo (CRM-PR 25183 | RQE 2722), especialista em cirurgia da coluna e técnicas minimamente invasivas, com atuação em hospitais como Nossa Senhora das Graças, Pilar e Sugisawa.

“A maior parte das dores nas costas tem origem mecânica, por sobrecarga, má postura ou processos degenerativos naturais do corpo. Mas, em muitos casos, a dor vem acompanhada de alterações neurológicas, como dormência, perda de força ou irradiação para pernas. Nessas situações, é preciso investigar se há uma compressão nervosa por hérnia de disco e, quando confirmada, avaliar o melhor tratamento”, explica o médico.

Cirurgia minimamente invasiva: quando operar muda a vida

Segundo o Dr. Denildo, o avanço da tecnologia tem permitido procedimentos cada vez mais seguros, precisos e com tempo de recuperação reduzido. “Hoje, com a cirurgia minimamente invasiva, conseguimos operar com incisões menores, menos trauma aos tecidos, menor risco de infecção e, o principal, um retorno mais rápido à rotina do paciente”, explica.

Entre os sinais de alerta que indicam a necessidade de avaliação cirúrgica, estão:

Dor nas costas persistente por mais de 6 semanas, que não melhora com tratamento clínico

Irradiação da dor para membros (geralmente perna), com formigamento ou dormência

Perda de força muscular em uma ou ambas as pernas

Dificuldade para caminhar, levantar ou se manter em pé

Perda de controle de esfíncteres (caso grave e emergencial)

“O maior mito que enfrentamos é a ideia de que toda cirurgia de coluna deixa sequelas. Isso não é verdade. Quando bem indicada e feita com técnica, ela não só alivia a dor como devolve qualidade de vida. Tenho pacientes que chegaram ao consultório sem conseguir caminhar e, após a cirurgia, voltaram ao trabalho e às atividades físicas”, reforça o neurocirurgião.

Além da expertise cirúrgica, Dr. Denildo defende uma medicina baseada na escuta e na personalização do cuidado. “A dor nas costas pode parecer banal para alguns, mas ela é devastadora na vida de quem convive com ela todos os dias. Por isso, precisamos olhar para o paciente como um todo, entender seu contexto, seus medos e expectativas. A tecnologia ajuda, mas a empatia é insubstituível”, destaca.

Com especializações no Brasil e nos Estados Unidos, Mestrado e Doutorado em curso na área de Proteômica e Inteligência Artificial para Diagnóstico de Lesões Neurológicas, ele também atua como professor da Faculdade Evangélica Mackenzie e preceptor da residência médica do Hospital de Clínicas da UFPR.

Dados que preocupam:

Segundo o INSS, as dores nas costas representam mais de 25% dos afastamentos por incapacidade temporária no país.

Em 2023, foram mais de 300 mil licenças concedidas apenas por lombalgia.

Estima-se que 8 a cada 10 pessoas terão algum episódio de dor nas costas ao longo da vida

Diante de um cenário em que a dor nas costas já representa mais de 25% dos afastamentos do trabalho no Brasil, segundo dados do INSS, o alerta é claro: sentir dor não pode ser normalizado. Estima-se que 8 em cada 10 pessoas terão algum episódio ao longo da vida, mas é fundamental saber quando ela exige atenção especial. “Se a dor nas costas persiste por mais de seis semanas, piora com o tempo ou vem acompanhada de sintomas como dormência, perda de força nos membros, dificuldade para caminhar ou controlar a bexiga e o intestino, é hora de buscar avaliação médica”, orienta o Dr. Denildo. Nesses casos, o acompanhamento especializado pode evitar complicações, promover um diagnóstico precoce e oferecer tratamentos mais eficazes e menos invasivos — muitas vezes devolvendo mobilidade, qualidade de vida e autonomia ao paciente. Afinal, viver com dor não deve ser rotina. E com informação, cuidado e tecnologia, é possível virar essa página.

Diogo Cavazotti Aires

Diogo Cavazotti Aires

dcavazotti@gmail.com / Jornalista há mais de 20 anos, com experiência em jornal, TV, revista, internet e assessoria de imprensa. Único jornalista brasileiro a ganhar uma bolsa de investigação da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Ganhou diferentes prêmios, como o Troféu Sangue Bom do Jornalismo Paranaense (quatro vezes), o Prêmio Ocepar de Jornalismo e o Prêmio Top Inovação na categoria direitos humanos. Doutor em Educação e mestre em Direitos Humanos e Direito Internacional Humanitário.

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