STF assegura recursos para ciência e tecnologia

 STF assegura recursos para ciência e tecnologia

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por manter a constitucionalidade da cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre remessas ao exterior, sem restringir sua incidência apenas às operações diretamente ligadas à importação de tecnologia. Por seis votos a cinco, o colegiado negou o Recurso Extraordinário (RE) 928.943, que questionava a legalidade da tributação.

“Mais do que uma questão tributária, estamos falando da defesa da soberania tecnológica do Brasil e da capacidade de desenvolver soluções para os nossos desafios. Sobretudo nesse contexto de ataques à soberania nacional e à economia do nosso país, o STF assegura um instrumento que é capaz de gerar empregos, combater as desigualdades, garantir saúde e educação, promover o desenvolvimento sustentável e criar oportunidades para nossa gente”, enfatizou a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.

O tributo é a principal fonte de financiamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), respondendo por 74% da composição do FNDCT, sendo este o principal instrumento de subsídio público da CT&I no país. Com o julgamento no STF, vários itens passaram a ser isentos de pagamentos que, segundo a doutrina científica mais avançada, constituem tecnologia. Com a decisão Cide só deverá incidir sobre a importação formal de tecnologia, ou seja, somente deveriam ser taxados bens físicos, excluindo o que diz respeito a serviços técnicos especializados, assistência técnica e royalties.

“O resultado do julgamento do Supremo sobre a Cide, que é a principal fonte do FNDCT, foi uma vitória gigantesca para o sistema e para o Brasil. A a Cide representa 74% da arrecadação do Fundo, que é a principal a principal fonte de investimento em ciência, tecnologia e inovação no país.  Caso vigorasse o voto do relator que queria restringir a abrangência da Cide, nós perderíamos algo em torno de  R$ 10 bilhões de arrecadação do fundo por ano”, pontou o secretário-executivo do MCTI, Luis Fernandes.

“É uma grande conquista em se tratando de um tema que envolve a soberania do País, a favor da ciência brasileira, e de todos nós”, disse Luiz Antonio Elias, presidente da Finep, que acompanhou a votação no plenário do STF. “Essa vitória assegura o orçamentária para uma política pública de interesse da sociedade, de alto impacto para a ciência, inovação e soberania do País”, afirmou Luiz Elias.

A manutenção da tributação garante a continuidade de investimentos estratégicos em pesquisas, fortalecimento de institutos e universidades, além do estímulo à inovação no setor produtivo. Os recursos também viabilizam iniciativas, como as missões previstas no na Nova Indústria Brasil, estas fundamentais para aumentar a competitividade e a autonomia tecnológica do país.

Diogo Cavazotti Aires

Diogo Cavazotti Aires

dcavazotti@gmail.com / Jornalista há mais de 20 anos, com experiência em jornal, TV, revista, internet e assessoria de imprensa. Único jornalista brasileiro a ganhar uma bolsa de investigação da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Ganhou diferentes prêmios, como o Troféu Sangue Bom do Jornalismo Paranaense (quatro vezes), o Prêmio Ocepar de Jornalismo e o Prêmio Top Inovação na categoria direitos humanos. Doutor em Educação e mestre em Direitos Humanos e Direito Internacional Humanitário.

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