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Setor imobiliário aprova redução de juros para compra de imóveis e vê aquecimento do mercado nacional
A redução dos juros para financiamento da casa própria e o aumento do percentual do valor a ser financiado para compra de imóvel usado anunciados pela Caixa Econômica Federal foram muito bem recebidos pelo mercado imobiliário. As mudanças valem para linhas de financiamento que utilizam recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), e pretendem aquecer o setor de imóveis que está há bastante tempo à espera de compradores. O banco informou ainda que dispõe de R$ 82,1 bilhões para o crédito habitacional neste ano.
As imobiliárias consideram a notícia muito positiva, porque os clientes passam a ter uma opção competitiva em relação à busca de crédito, observa Diego Ávila, gerente da Imobiliária Capriatti, localizada em Curitiba, e com vasta atuação na capital e toda região metropolitana. Para ele, a proposta se alinha à nova postura de preços e negociações das construtoras, o que deve trazer ainda mais confiança para quem pretende adquirir um imóvel. “A redução não torna o banco federal a instituição com juros mais baixos, mas com taxas compatíveis com o mercado atual, dando aos compradores opção atrativa, o que deve impulsionar a venda”, assinala Ávila.
A econômica mostra sinais de recuperação, mas em ritmo lento provocado pela instabilidade política e renda, o que leva potencias compradores demonstrarem receio de assumir novas dívidas, principalmente a longo prazo. “Mas é fato que a redução dos juros traz certo alento ao cenário, impulsionando a busca por crédito e dando um alívio para a construção civil”.
Ávila coloca que a Caixa sempre foi líder no segmento de financiamento imobiliário. No entanto, devido a alterações de taxas e percentuais de financiamentos, nos anos anteriores, os bancos privados absorveram uma grande demanda por crédito para a compra de imóveis usados, por apresentarem índices melhores e algumas facilidades de concessão de crédito e vinham trabalhando com juros abaixo de 10%, enquanto o banco estatal atuava acima deste percentual. “Com as alterações, as instituições financeiras devem também analisar ajustes para manterem a competitividade”, atesta.
“Não temos dúvida de que o consumidor será o principal beneficiado, com maior poder de barganha, mas com o aumento da procura por crédito imobiliário, crescerá o interesse de construtoras em novos lançamentos, reaquecendo o mercado”, assegura Ávila.
O gerente afirma que o mercado imobiliário iniciou melhor o ano de 2018, inclusive registrando alta na venda de unidades e na construção de novas. Mas cabe lembrar que juro alto é sinônimo de maior comprometimento da renda, o que causava desconfiança do consumidor na tomada de decisão de compra. “Reduzir a taxa de juros significa aumentar o poder de compra da população, pois na prática, isso diminui também o valor das prestações pagas no financiamento, se adequando melhor no orçamento das famílias”, coloca.
Para Ávila, o mercado imobiliário deve apresentar significativa recuperação considerando o aumento do PIB, diminuição de taxas de juros, aumento do poder de compra e confiança da população. “Esses fatores, sem dúvida, farão com que o mercado reaja positivamente, fortalecendo não somente o ramo imobiliário, mas a economia de uma maneira geral”.
A redução das taxas de juros anunciada vale para compra de imóveis pelo Sistema Financeiro Habitacional (SFH), onde estão enquadrados os imóveis residenciais de até R$ 800 mil para todo o país; para imóveis enquadrados no Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), cujos valores dos imóveis são acima dos limites do SFH, a taxa mínima caiu de 11,25% para 10% ao ano. E o percentual do valor a ser financiado dos imóveis usados subiu de 50% para 70%. Para unidades novas, foi mantido o percentual de 80% no teto do financiamento.