Federais lideram pesquisas sobre emergência climática no Brasil

 Federais lideram pesquisas sobre emergência climática no Brasil

Três universidades federais brasileiras, vinculadas ao Ministério da Educação (MEC), estão representadas em premiação que homenageia cientistas pela atuação exemplar na área de emergência climática. Com os temas “Gestão do risco climático na produção de alimentos” e “Saberes e práticas dos povos tradicionais e sua importância para a conservação dos recursos naturais”, a honraria premiará docentes da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). 

Os vencedores da edição 2025 do Prêmio Fundação Bunge foi divulgado neste mês de julho. Após indicação de universidades e entidades científicas do país, os candidatos, personalidades de destaque e relevância acadêmica, passaram pela avaliação de comissões técnicas independentes. Os especialistas nas áreas da premiação elegeram quatro pesquisadores, que receberão as homenagens no mês de setembro, em São Paulo.  

Para cada tema, foram contempladas duas personalidades pelo conjunto de seus trabalhos (Vida e Obra) e dois jovens talentos de até 35 anos (Juventude). Na categoria Juventude, uma das vencedorasf foi Elizângela Santos, docente do Instituto de Ciências Agrárias da UFVJM. Segundo a pesquisadora, esse é o reconhecimento de uma trajetória dedicada à pesquisa com propósito social.  

“Receber esse prêmio é o reflexo do compromisso que assumi com soluções sustentáveis para os desafios que as mudanças climáticas impõem à agricultura e à segurança alimentar. Para a UFVJM, é a reafirmação da importância da ciência produzida no interior e o papel transformador da universidade pública. E, para a sociedade, reforça o valor da ciência como aliada na construção de um futuro mais justo, resiliente e sustentável. Esse prêmio é um chamado para fortalecer o vínculo entre pesquisa, políticas públicas e agricultores, promovendo inclusão e justiça climática”, afirma Elizângela. 

Também na categoria Juventude, Ygor Ramos, quilombola e docente da Faculdade de Farmácia da UFBA, ganhou destaque por seu trabalho sobre saberes tradicionais e conservação ambiental. Na categoria Vida e Obra, Thieres Silva, professor de Agrometeorologia da UFRPE, foi reconhecido juntamente com Dzoodzo Baniwa, educador, pesquisador e liderança indígena do povo Baniwa.  

Os cientistas agraciados na categoria Vida e Obra receberão o prêmio no valor bruto de R$ 200 mil. Já os premiados na categoria Juventude receberão R$ 80 mil. 

O prêmio – O Prêmio Fundação Bunge foi inspirado no Prêmio Nobel e, neste ano, completa 70 anos de existência. Criado em 1955, tem o propósito de incentivar a inovação e a disseminação do conhecimento no Brasil. Todos os anos, a temática da condecoração se atualiza, mas o procedimento segue sendo o mesmo. Os candidatos não se inscrevem para participar: seus pares do meio científico é que se responsabilizam pelas indicações. Além de serem divididos entre as categorias Vida e Obra e Juventude, os participantes podem se encaixar em um dos dois temas propostos a cada edição. Cada pesquisador passa pela avaliação da comissão técnica, formada por especialistas nos temas da edição. Desde o início da iniciativa, as universidades federais têm ganhado destaque, tanto pelo reconhecimento de jovens talentos na ciência quanto pelo trabalho consolidado de quem já é referência na própria área.  

Diogo Cavazotti Aires

Diogo Cavazotti Aires

dcavazotti@gmail.com / Jornalista há mais de 20 anos, com experiência em jornal, TV, revista, internet e assessoria de imprensa. Único jornalista brasileiro a ganhar uma bolsa de investigação da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Ganhou diferentes prêmios, como o Troféu Sangue Bom do Jornalismo Paranaense (quatro vezes), o Prêmio Ocepar de Jornalismo e o Prêmio Top Inovação na categoria direitos humanos. Doutor em Educação e mestre em Direitos Humanos e Direito Internacional Humanitário.

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