Guilherme Lepca abre individual na Barleria

 Guilherme Lepca abre individual na Barleria

Na quinta-feira, 02 de outubro, às 18h, Guilherme Lepca abre a sua individual Contos, Crônicas, Mentiras e Exageros, com curadoria de Luísa Lopes, na Barleria. Essa é sua primeira grande exposição no Brasil após um período de residências e exposições nos Estados Unidos. A mostra reúne trabalhos inéditos em diversos formatos, incluindo obras de grandes dimensões, resultado de um processo em que a colagem se estabelece não apenas como técnica, mas como forma de explorar a narrativa da imagem em diálogo com memória, ficção e imaginação. A exposição parte do desejo de narrar, aproximando diferentes modos de contar histórias: a crônica, ancorada no cotidiano; o conto, aberto à invenção; a mentira, que brinca com os fatos; e o exagero, que expande detalhes e cria novos sentidos. O evento terá entrada gratuita e discotecagem em vinil por Bolachas Abusadas, e o período expositivo segue até 2 de novembro.

O artista combina colagem com pintura, desenho e intervenções com marcadores, lixando camadas para alcançar escala e textura. Utilizando recortes de jornais e revistas das décadas de 1930 a 1950, com suas tipografias e texturas marcadas pelo tempo, Lepca se apropria desses recortes, que funcionam menos como documentos históricos e mais como matéria pictórica. “A colagem geralmente possui formatos menores, isto em razão dos tamanhos dos impressos (revistas, jornais, livros antigos). Comecei no digital, fazia tudo no computador, e quando fui pro analógico tive essa barreira do tamanho. Queria trabalhar peças grandes, então tive que me virar, criar composições diferentes, experimentar. Foi assim que tudo começou”, explica o artista.

Seu processo criativo vem de diferentes pontos de partida: uma história ouvida, uma imagem encontrada, uma música ou lembrança pessoal. “Embora minha arte parta de um lugar muito pessoal, meu desejo é que cada um encontre ali um pedaço da própria história”, compartilha o artista. Nas obras convivem nostalgia, ironia e invenção; palavras funcionam como imagens, imagens funcionam como estruturas de linguagem. Assim, a exposição convida o público a percorrer interrupções, lidar com lacunas e recompor sentidos. Não se trata de identificar personagens ou fatos, mas de perceber como as imagens, reorganizadas, deixam de seguir uma ordem linear, abrindo espaço para múltiplas leituras.

Diogo Cavazotti Aires

Diogo Cavazotti Aires

dcavazotti@gmail.com / Jornalista há mais de 20 anos, com experiência em jornal, TV, revista, internet e assessoria de imprensa. Único jornalista brasileiro a ganhar uma bolsa de investigação da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Ganhou diferentes prêmios, como o Troféu Sangue Bom do Jornalismo Paranaense (quatro vezes), o Prêmio Ocepar de Jornalismo e o Prêmio Top Inovação na categoria direitos humanos. Doutor em Educação e mestre em Direitos Humanos e Direito Internacional Humanitário.

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