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Férias escolares fortalecem laços familiares e contribuem para o desenvolvimento cognitivo dos estudantes, afirma psicóloga
O período que as crianças e adolescentes passam fora da sala de aula é um momento de brincar e descansar, além de contribuir para o desenvolvimento de habilidades emocionais e fortalecer relações sociais
Férias escolares são muito aguardadas por alunos de todas as idades, principalmente pelas crianças. Esses períodos de descanso e fora da sala de aula são muito importantes e oferecem diversos benefícios para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social dos estudantes, sendo o mais importante o convívio familiar e o estreitamento das relações com os pais, avós, tios, primos, entre outros.
Muitas vezes os pais não tiram férias no mesmo período que os filhos, tendo que buscar alternativas de onde deixá-los durante o período que estão no trabalho. Porém, é importante ressaltar a necessidade de reservar um tempo para passar com a família.
Segundo a psicóloga do Colégio Stella Maris, Débora Gasparello Braga, os pais que têm a possibilidade podem proporcionar brincadeiras, jogos, piqueniques, passeios, sessão de cinema, sonecas, entre outras. “São várias situações que podem ser compartilhadas com prazer, sem horários e cobranças, até mesmo partilharem serviços domésticos de forma divertida”, afirma.
Além disso, as férias são importantes para a socialização com outras crianças que não são amigos de escola, pois isso auxilia em experiências em um grupo mais amplo e possibilita à criança entender as diferenças de valores em diversos grupos por onde circula. “O período de férias é o momento de explorar o mundo de maneira livre e consequentemente o estresse alivia e traz tranquilidade às crianças gerando bem-estar”, garante Débora.
É durante as férias que crianças e adolescentes podem dormir até mais tarde, não têm horários fixos e há flexibilidade na pressão do dia a dia, o que ajuda a relaxar a mente e contribui para diminuição da ansiedade, agressividade e depressão, o que favorece a saúde mental. “O período de férias oferece a possibilidade dos alunos fazerem atividades fora da rotina diária, como brincadeiras, cinema, passeios, shopping, viagens, além de recarregar as energias e estimular a criatividade e contribuir para que eles criem expectativas para o novo período letivo que se inicia”, acrescenta Ana Cláudia Alexandrini, diretora da unidade Água Verde do Stella Maris.
O período de férias também é essencial para preparar a criança para novos conhecimentos. O tempo fora da sala de aula contribui para melhorar as funções executivas de aprendizagem, como a concentração e a atenção. “As informações ficam mais claras quando são ofertadas brincadeiras, com isso ocorre a sedimentação dos conhecimentos adquiridos no período anterior e as crianças voltam mais amadurecidas”, explica a psicóloga.
Aprender brincando
Cada vez mais as crianças e adolescentes passam horas em frente às telas, o que é prejudicial à saúde. O sedentarismo contribui para o desenvolvimento de diversos problemas, como obesidade infantil, falta de habilidade motora, privação do sono, irritabilidade, hiperatividade e depressão.
É essencial que os pais incentivem seus filhos a deixarem os celulares e tablets de lado para praticar outras atividades. Segundo Débora, o exemplo e o estímulo são motores para o desenvolvimento, e se os pais dizem para o filho sair da frente da tela, mas eles mesmos não saem, a criança não vai compreender a mensagem ou ficará confusa. “Quando se tem a oportunidade, crie brincadeiras, chame os amiguinhos, faça acampamentos dentro de casa. Incentivar essas parcerias possibilita que as crianças pensem, inventem e achem brincadeiras juntos”, enfatiza.
Ana Claudia acrescenta que esse incentivo à prática de novas atividades por parte dos adultos é essencial e garante que as férias é o momento de fazer atividades ao ar livre, passeios, brincadeiras diferenciadas, jogos e conversas. “Desenvolver momentos e situações que se tornem mais atrativas do que ficar em frente às telas de um celular ou computador é fundamental para que os jovens tenham uma noite tranquila de sono e diminuam os picos de irritabilidade”, explica.
Conexões reais
Além de desencadear vários problemas de saúde, o uso de eletrônicos em demasia impede fatores dominantes para o desenvolvimento do indivíduo. “O principal fator é relacionado aos aspectos emocionais, o que propicia um afastamento entre os membros da família. A busca por um equilíbrio é o mais importante”, destaca Débora.
Com os adolescentes, as relações são mais delicadas. Assim, estimular encontros com os amigos, como um passeio ao shopping, festa em casa ou uma sessão de filmes são formas de contornar as situações difíceis e incentivar que esses indivíduos em fase de desenvolvimento do autoconhecimento a criarem conexões reais com o mundo, deixando as telas um pouco de lado e tenham uma vida social equilibrada e uma visão crítica do mundo que os cerca. “Ser criativo é fundamental”, finaliza a psicóloga Débora.