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20 dicas rápidas e fundamentais para uma empresa familiar
Eduardo Valério, diretor-presidente da JValério, especializada em empresas familiares, listou 20 dicas para uma empresa familiar, e que valem como reflexão sobre os direcionamentos a partir de agora.
1 – Divida o tempo entre família e empresa
É preciso entender o papel de cada gestor na empresa e não misturar assuntos de negócios com particulares. Não há espaço na gestão da empresa para ‘exceções’ familiares ou temas que não dizem respeito ao negócio durante o horário de trabalho. É importante ter tempo para as duas situações.
2 – Não “misture as estações”
É importante ressaltar que existe três setores: Família, negócios e sociedade legal. Cada um destes setores possuem as suas características particulares, mas que estão integradas para uma única finalidade. É preciso definir claramente o que se espera da empresa, qual é a visão da família para com a empresa e como se veem nesta equação.
3 – Seja profissional, respeite a hierarquia e esteja por dentro de tudo
Em toda e qualquer empresa deve haver o profissionalismo. Todo gestor deve dedicar-se ao máximo para desempenhar o seu papel e gerar valor para o negócio, seja familiar ou não.
4 – Busque sempre ajuda especializada para a sua empresa
É o mais recomendado. Por mais anos de “estrada” que a sua empresa tenha, o auxílio de profissionais especializados vai contribuir no processo de gestão e sucessão da empresa familiar. Focar na especialidade da empresa e deixar que outros profissionais cuidem daquilo que não é de seu conhecimento reduz as chances de algo sair errado.
5 – Cuide do futuro e da continuidade
Aqui é a história de que é preciso cuidar não apenas do sucessor, mas também do sucedido. A elaboração do plano de sucessão precisa contemplar várias etapas da transição, tanto para o sucessor quanto para o sucedido. Quanto antes o processo começar maiores serão as chances de sucesso no processo. É importante a transmissão para as futuras gerações do legado de valores e princípios fundamentais da empresa, assim como estruturar todo o processo
de sucessão.
6 – Não use os bens da empresa para benefício próprio
Nas boas praticas da governança da empresa familiar, um dos pontos de maior relevância é a clara separação do que pertence à empresa. Jamais o proprietário da empresa deverá utilizar ativos da empresa para fins que não
sejam apenas empresariais.
7 – Nunca coloque familiares dentro da empresa apenas por serem familiares
O critério para ingresso de familiar na empresa deverá ser sempre pela competência e não pela consanguinidade. Desta forma, a empresa familiar e a família ganharão.
8 – A empresa tem a sua história. Honre o que foi criado pelos seus pais,
avós e consanguíneos
A empresa familiar é patrimônio de várias gerações (passadas e futuras) portanto a gestão deve ser feita de maneira a preservar valores, princípios e, sobretudo, a longevidade.
9 – Assuma um cargo apenas quando estiver realmente preparado
Os critérios para a promoção dentro da empresa familiar deve seguir os mesmos critérios das demais empresas não familiares, a que se prevalecer a meritocracia por competências e resultados claramente conquistados.
10 – Mantenha sempre bem clara todo o regimento da meritocracia
Critérios claros para se avaliar o desempenho asseguram que empresa e profissional estejam alinhados nas suas perspectivas.
11 – Participe sempre das reuniões assim que for convocado
Cada modelo de gestão deve ter seus respectivos fóruns para as deliberações. Os participantes destes fóruns são escolhidos pelas posições que ocupam na empresa e pelo seu papel na organização.
12 – Crie (e mantenha) o acordo societário
O acordo societário é o principal instrumento para organizar a relação societária dos indivíduos e da família. Mais do que criar, ele precisa ser seguido rigorosamente.
13 – Esteja atualizado com o que o mercado exige
Todo gestor de empresas têm por obrigação estar sempre atualizando e reciclando os seus conhecimentos.
14 – Preste contas de todas as suas atividades e decisões
Transparência e prestação de contas são poderosas ferramentas para o aprimoramento individual e, consequentemente, da empresa.
15 – Escute os demais sócios e herdeiros para decisões importantes – principalmente os mais experientes
Todo o processo de tomada de decisão dever ser precedido de diálogo, debates e contradições. Isso certamente enriquecerá a qualidade da decisão final tomada. O que deve prevalecer é o bom senso. Ouvir, por exemplo, a
opinião de sócios fundadores que não fazem mais parte do dia a dia das empresas pode ser importante para o norte de uma decisão.
16 – Compreenda e assuma o status de uma empresa familiar
É preciso entender e assumir que eles estão gerindo um modelo de negócio com características particulares das empresas não-familiares. Ser membro de uma família e ao mesmo tempo gestor e sócio, requer habilidades que vão
além das questões executivas. O familiar deve, primeiramente, entender que são papeis distintos (sócio, familiar e gestor) e a todo instante há a grande tendência de um prevalecer sobre o outro e comprometer a qualidade
das decisões e das ações.
17 – Mantenha um modelo organizacional consistente
Muitas empresas morrem antes do tempo pela falta de um modelo organizacional. Principalmente pela ausência do planejamento estratégico e clara definição dos papéis dos familiares na gestão – ou fora dela.
18 – Não descuide das leis e mantenha uma certa atenção para o lado
jurídico
Até mesmo para mudanças de gestão que envolvam níveis de conflitos com membros familiares. Todo o processo da governança corporativa da empresa familiar deve levar em consideração os aspectos jurídicos, tributários e
patrimoniais e estes serem acompanhados por profissionais habilitados e com experiência nestes temas.
19 – Promova uma governação sempre eficiente
Separar claramente o papel de “dono” do papel do gestor. A empresa familiar é como um avião: o que o dono quer para a sua aeronave (empresa) e o que espera da tripulação (diretoria)? Num avião, piloto sem preparação,
experiência e habilidade vai por tudo a perder e na empresa idem. Diretores despreparados quebram uma empresa. A diferencia é que no avião a “morte” é rápida e na empresa, muitas vezes, leva anos.
20 – Alinhamento entre os planejamentos
A sincronia é fundamental para evitar que um planejamento não atropele os demais. O plano de sucessão deverá estar em linha com o planejamento estratégico da empresa.
Eduardo J. Valério é graduado em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), especialista em Estratégia e Marketing pela Kellogg Business School e especialista em Governança
Corporativa para Empresas Familiares pela Wharton Bussiness School, Pennsylvania. Eduardo é diretor-presidente da J. Valério Consultoria S/C Ltda, associada à Fundação Dom Cabral (FDC) para os estados do Paraná e
Rondônia, e vice-Presidente da Federação Nacional das Associações dos Dirigentes de Marketing e Vendas do Brasil (FENADVB).